Conhecido como “ouro azul“, o cobalto tem um papel essencial no mundo moderno. Desde a criação de novas tecnologias até a transição para energias limpas. O cobalto está dentro das baterias de lítio, e é um elemento-chave nelas. Além disso, ele também é utilizado para fazer airbags, ferramentas de diamantes, tintas, aço rápido, ímãs e muito mais. São diversas aplicações, tanto comerciais, quanto industriais e militares.
A busca por cobalto tem crescido intensamente nos últimos anos. Segundo a estatística, a demanda, que era de 71 mil toneladas em 2017, deve chegar a 222 mil toneladas até 2025, principalmente com a popularidade crescente dos veículos elétricos e a transição global para fontes de energia “mais limpas”.
A União Europeia pretende acabar com a venda de veículos novos movidos a gasolina e diesel até 2035. Isso significa mais carros elétricos, ou seja, demanda de mais cobalto para o avanço de tecnologias. A demanda por cobalto no nível global no mercado de veículos elétricos aumentou 60% só em 2022. O Cobalto é estratégico para o futuro das economias de baixo carbono.
Toda essa situação não seria um problema se o processo de mineração do “ouro azul” não fosse tão controverso, por problemas associados à poluição, trabalho análogo à escravidão e exploração de menores. E existe ainda um problema irremediável: a demanda é crescente, mas o recurso é finito.
Apesar de que o mundo ainda possui quantidades significativas de reservas conhecidas de petróleo, essas reservas são continuamente descobertas, exploradas e refinadas para atender à demanda global por energia. E nesse problema com o cobalto, o Brasil pode ajudar, visto que possui grandes reservas.
Empresas planejam investir no Brasil para exploração de cobalto
Recentemente, o Brasil tem se destacado como um player importante no mercado global de cobalto. Estudos geológicos revelaram a presença de grandes depósitos do ‘ouro azul’ em várias regiões do país. E essas descobertas estão nos transformando em uma fonte alternativa do metal, dando um pouco de esperança para os que se preocupam com as reservas tão limitadas e que podem impactar tecnologias.
Em 2023, o subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA, José Fernandez, anunciou que o país pretende investir em alguns setores no Brasil, incluindo na extração de minerais críticos, como o cobalto. Segundo Fernandez, expandir a exploração do metal por aqui é um dos objetivos da administração de Joe Biden, já que 80% dela está concentrada em autocracias, como a China.
A China é uma preocupação para os Estados Unidos também se tratando de cobalto. A posição de domínio que o país asiático estabeleceu no abastecimento desse mineral acaba deixando vários países à sua mercê, o que pode significar uma grande ameaça à competitividade da indústria americana.
No Brasil, a China já tem duas fabricantes de automóveis elétricos instaladas, a BYD e a Great Wall Motors. Contudo, os Estados Unidos não perde tempo, e a TechMet é uma das brasileiras que já recebeu dinheiro americano.
A empresa, que fica no interior do Piauí, recebeu um aporte de 25 milhões de dólares da agência governamental americana Development Finance Corporation, em 2020, para a exploração de níquel e cobalto, que podem gerar novas tecnologias.
Entenda como o Brasil pode contribuir para a corrida do ‘ouro azul‘
Segundo o secretário José Fernandez, o Brasil tem grandes reservas de minerais críticos, falta apenas o capital para a exploração. Ele também afirmou que os Estados Unidos está pronto para incentivar empresas brasileiras que trabalham com responsabilidade, respeitando os direitos trabalhistas e o meio ambiente.
Em 2023, a empresa britânica Brazilian Nickel, divulgou um plano de investimento de 6 bilhões de dólares para o desenvolvimento de um projeto de níquel e cobalto no Piauí.
Hoje a empresa tem uma unidade em outra região do estado, onde produz 600 toneladas de níquel por mês. Mas a ideia é que a nova instalação produza 25 mil toneladas de níquel por ano, a partir de 2026, e 800 toneladas de cobalto por ano, a partir de 2027.
A australiana Jervois Global também planeja investir no Brasil. Os esforços da empresa vão para reabrir uma refinaria já existente, localizada em São Miguel Paulista, em São Paulo. A ideia é que, de início, a refinaria produza 10 mil toneladas métricas por ano de níquel e duas mil de ouro azul.
Publicado por: CPG
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