Esta semana o Banco Central anunciou o novo percentual da Taxa Selic para 12,75% ao ano. Ela foi definida no dia 04 de maio de 2022 pelo Copom, que decidiu subir a taxa de 11,75% para 12,75% – a décima alta consecutiva. Esse aumento acompanha a meta de inflação definida pelo Banco Central.
E já não é surpresa para ninguém, que os preços continuam aumentando. O combustível continua a ser um patamar para medir a inflação. Agora a Petrobras anunciou novamente que vai proceder mais um aumento.
Embora altos para o consumidor, os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras estão defasados e precisariam aumentar novamente para manter a paridade com o mercado internacional, segundo os cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) nesta quinta-feira, 5.
A defasagem atual é de 17% no caso da gasolina e 25% no óleo diesel, com base nos preços de fechamento do mercado na quarta-feira, 4.
A expectativa das importadoras é de que um novo reajuste que cubra essa diferença possa ser anunciado "a qualquer momento", diz Sergio Araújo, presidente da Abicom.
O último aumento nos combustíveis foi feito pela Petrobras em 11 de março, há 55 dias. Na ocasião, a gasolina aumentou 19%, o diesel, 25%, e o GLP, usado no gás de botijão, subiu 16%.
Há muita atenção cercando a divulgação do balanço da Petrobras nesta quinta-feira, após o fechamento do mercado, além de uma coletiva sobre os resultados marcada para a tarde de sexta-feira, 6. A avaliação é que alguma sinalização sobre um novo reajuste possa ser dada nessa oportunidade.
"Considerando essas defasagens elevadas, o tempo que a Petrobras está sem dar reajuste, e os posicionamentos da nova direção, inclusive do novo presidente, sobre a necessidade de alinhamento dos preços - até para mitigar risco de desabastecimento -, o mercado todo está na expectativa de a qualquer momento a Petrobras anunciar esse aumento", diz Araújo.
Uma nova diretoria da Petrobras tomou posse após a demissão do ex-presidente da estatal, general Joaquim Silva e Luna. O engenheiro José Mauro Coelho foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) à presidência da companhia, e tem dado entrevistas sinalizando que deve manter a política de paridade com o mercado internacional.
A alta dos combustíveis e seus impactos na inflação geral têm elevado a pressão na direção da Petrobras e do governo federal contra a PPI, Política de Paridade de Importação. O modelo faz com que os preços praticados pela Petrobras no Brasil acompanhem os do mercado internacional e é usado desde 2016, no então governo Michel Temer (MDB).
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